quinta-feira, 29 de maio de 2014


Uma das coisas mais legais que rolam no trabalho de um roteirista é o de pesquisa. A gente tem que se envolver com o tema e acaba vivenciando um universo mágico proporcionado por suas diversas dimensões desconhecidas.
Nesses dias tenho trabalhado um roteiro que fala sobre ciclismo, hortas urbanas, os rios que enterramos vivos, sobre o que é ser cidadão, as incubadoras de ideias...
Olhar pros assuntos com interesse os faz muito interessantes.

#FANTASIAS

as pessoas também são suas fantasias
principalmente 

terça-feira, 27 de maio de 2014

O HUMOR E O PRAZER

Eu sempre gostei de buscar o que há por trás das coisas. Quando criança, destruía brinquedos para entender seu mecanismo. Uma das coisas que me intrigam é a mecânica do humor. 
Freud diz que o humor é um fenômeno de economia mental. Quando o caminho entre dois pontos é encurtado, a resposta fisiológica que expressa essa satisfação é o riso. 
Em outras palavras, o humor será tão mais impactante quando mais sugerido ele for. A sugestão não define nada, permitindo os dois pontos diferenciais se liguem por uma descarga mental inédita.
O prazer do riso é um prazer que se equipara ao orgasmo, seria uma espécie de orgasmo mental. 
O humor barato é aquele que o caminho da energia mental está tão pavimentado que reserva pouco espaço para surpresas "econômicas". 
Disso pode-se inferir que o humor inteligente é afrodisíaco. Pessoas são capazes de se apaixonar pela possibilidade de prazer que o parceiro lhe proporciona.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Qualquer coisa fica boa quando se tem uma boa dramaturgia. Boas histórias são aquelas que não nos priva de estar totalmente presentes, viajando por onde leva a nossa intuição.

Eu vivo inventando histórias. Passou alguém, pra mim é uma história. O jeito de andar, a calma, o jeito de parar. Tudo diz alguma coisa gostosa de ser acessada, se a gente estiver ali. Tem um frescor inédito. Como uma repentina droga lícita. 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Eu me lembrei de um filme em que um sujeito ia morrer e gravou uma série de mensagens para o seu filho, que estava pra nascer. 
A gente tem vontade de deixar o que aprendeu, junto com os juros da gratidão de ter aprendido a tempo. 
Quem sou eu pra falar de dramaturgia e humor, a não ser alguém que gosta dos assuntos?
Deixo aqui algumas das minhas descobertas. Uma das quais é a de que as coisas só são descobertas tarde demais. 

sábado, 3 de maio de 2014

O QUE ESTÁ QUENTE PRA VOCÊ AGORA?

Escreva sobre qualquer coisa que esteja quente, ou requente muito bem.

A gente fala bem a respeito de qualquer assunto, se a gente estiver apaixonado por ele. 

Toda forma vem a serviço - e organicamente - quando o conteúdo nos inspira e move. 

A dica é: escreva sobre qualquer coisa que esteja mexendo com você agora. Os seus demônios hão de sair. Você vai ficar mais leve depois da catarse. E o público vai experimentar a força dramática de uma experiência envolvente pela sua coerência. 



ENROLAR SÓ EXISTE PORQUE É BOM

Acho que qualquer bate-papo sobre dramaturgia deveria ser dramatúrgico, portanto em poucos minutos você tropeçará com "turning point" que levará essa história para um novo caminho, blá, blá, blá.
Por exemplo, você caiu nessa página por acaso, até foi a fim de perder um tempinho e ler umas linhas, porque é possível que na vida não exista nada por acaso, mas isso você vai saber mais pra frente. 
O que importa é que estamos nós dois, eu e você - meu único leitor - tendo uma viagem muito bacana, e uma viagem lícita, gratuita. Tudo porque você caiu aqui por acaso e eu prevendo que isso iria acontecer, resolvi escrever algo que fosse verdadeiro, para que nós estivéssemos juntos pelo menos nessas 7 linhas. 
Eu só preciso de mais umas poucas linhas, talvez 3, pra que você perceba como se deve criar algum gancho em cada palavra, pra que você não perceba que já foram 10 linhas. 
Excrever é um fascinante exercício de encadear surpresas.